Copa 2014: Argélia

Poucas seleções chegam para a Copa do Mundo de forma tão discreta quanto a Argélia. A equipe do norte africano se classificou ganhando da modesta Burkina Faso no saldo qualificado, disputou três amistosos contra seleções medianas do leste europeu, caiu num dos grupos menos atraentes da Copa e, ainda por cima, tem uma seleção que pouco empolga - em 2010, quando voltou a disputar um Mundial depois de 24 anos, nem gol marcou.

De fato, a seleção argelina chama pouca atenção porque é realmente uma das mais fracas da Copa. A classificação às oitavas de final, por exemplo, é pouco mais do que uma miragem. Ainda assim, não dá para desconsiderar o fato de a equipe estar jogando sua segunda Copa seguida, algo que somente em 1982 e 1986 havia ocorrido antes - e que, comparando com os fracassos seguidos do rival Egito nas eliminatórias, ganha relevância ainda maior.

O objetivo principal é chegar às oitavas de final, algo que a geração de Madjer não conseguiu por pouco (e por sacanagem de Alemanha Ocidental e Áustria) em 1982. Será difícil alcançar.

O CAMINHO
Mesmo que Bélgica, Rússia e Coreia do Sul não sejam postulantes ao título mundial, as chances de a Argélia seguir adiante na Copa são pequenas. O caminho, talvez, seja evitar uma derrota para a Bélgica, melhor seleção da chave, na estreia. A seguir, bater a Coreia do Sul, e aí tentar algo contra os russos na rodada final. Complicado para quem é tecnicamente menos time que os três rivais de grupo.

DESTAQUE
Autor de 8 gols no último Campeonato Português, Islam Slimani, 26 anos, é uma das principais peças do Sporting, que obteve o vice-campeonato nacional da temporada após vários anos muito ruins. É ele o principal nome do ataque argelino, e esperança de gols da seleção na Copa.

PONTOS FORTES
Ser a zebra pode fazer bem à Argélia. A seleção é consciente de suas limitações e pode, jogando no erro dos rivais, chegar aos seus objetivos. Em 2010, a defesa sofreu apenas dois gols em três jogos, mas o ataque não marcou nenhum. Agora, com Slimani, o poder de fogo tende a ser maior. Mas será preciso repetir o bom desempenho defensivo obtido na África do Sul.

PONTOS FRACOS
Nos últimos quatro anos, a Argélia jogou apenas cinco jogos contra rivais de outros continentes, três deles recentemente, contra Armênia, Romênia e Eslovênia. Falta experiência contra seleções de outras escolas. Isso sem falar na limitação técnica da equipe, que não é criativa e depende dos gols de Slimani na frente.

A HISTÓRIA
Em 1982, a Argélia fez sua estreia em Copas batendo, simplesmente, a poderosa Alemanha Ocidental, por 2 a 1. Mesmo ganhando também do Chile, acabou caindo fora na primeira fase, já que a Áustria e os alemães foram superiores no saldo de gols. Em 1986 e 2010, a equipe também não passou da fase inicial. Sequer venceu. Seu último gol foi na estreia de 1986, contra a Irlanda do Norte. Já são cinco jogos de Copas (ou 28 anos) sem balançar as redes.

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