Retrospectiva 2013: Atlético Paranaense

A trajetória do Atlético Paranaense em 2013 será lembrada por muitos anos, e não apenas pelos resultados dentro de campo. A postura do clube de abandonar o campeonato estadual, deixando-o para o time sub-23, privilegiando uma pré-temporada mais longa, pode ter sido motivada por questões políticas, mas inegavelmente influenciou diretamente o desempenho da equipe ao longo do ano. E para melhor.

Antes do início do Brasileiro, poucos apostavam um tostão que fosse no Furacão, que tinha em seu elenco uma mescla de veteranos, como Paulo Baier e Luiz Alberto, com jovens promessas, como Marcelo, e jogadores desconhecidos, como Ederson. Mas deu certo: após um começo ruim com Ricardo Drubscky - a equipe chegou a ocupar a penúltima posição no começo do campeonato - chegou Vagner Mancini e ajeitou a casa.

Com um time que aos poucos ia se encaixando taticamente, o Atlético passou a envolver adversários poderosos. O fato de o time ser leve e estar bem mais descansado em relação aos concorrentes certamente pesou. Tanto que foi em julho e agosto, meses de maior acúmulo de jogos do calendário de 2013, que a equipe deslanchou. A reação começou na vitória sobre a Portuguesa, no Canindé, por 3 a 2, então um duelo de desesperados. Ganhou corpo com os 2 a 1 sobre o Atlético Mineiro, que ainda não havia perdido no Independência desde sua reinauguração. Nos 12 jogos destes dois meses, foram 8 vitórias e um aproveitamento de 69,4%, com 25 pontos obtidos em 36 disputados.

Na 16ª rodada, ao bater o Botafogo por 2 a 0, o time de Mancini entrou no G-4 e nunca mais saiu dele. Houve certa instabilidade em determinados momentos, claro, mas o nivel sempre se manteve alto. A ótima fase também era vista na Copa do Brasil, onde o time passou voando pelo Palmeiras e tirou a Dupla Gre-Nal, chegando ao vice-campeonato. Nunca precisou poupar titulares, graças ao fôlego armazenado nos primeiros meses do ano. Tanto que, com todo mundo já cansado, foram do Furacão duas das maiores goleadas do campeonato, ambas na reta final: 6 a 1 sobre o Náutico e 5 a 1 sobre o Vasco.

Se o time deu certo por causa do abandono do estadual ou se foi coincidência é possível discutir, mas duas coisas são certas: 1) apesar de o time ser médio, há neles peças de qualidade e um técnico que soube transformá-las em um time confiável; 2) muito time grande vai adotar procedimento semelhante a partir do exemplo do Furacão 2013, seja pensamento mágico ou não. O São Paulo é o primeiro deles. A ótima campanha em casa mesmo sem a Arena da Baixada também é um tapa na cara de quem usa a ausência de seu estádio devido às obras da Copa para justificar uma temporada ruim. Há muito o que aprender com este Atlético Paranaense de 2013. No que diz respeito a dentro de campo, que fique bem claro.

NÚMEROS DA CAMPANHA
64 pontos; 38 jogos; 18 vitórias; 10 empates; 10 derrotas; 65 gols marcados; 49 gols sofridos; 56,1% de aproveitamento
Em casa: 41 pontos (71,9%) - 3ª melhor campanha
Fora: 23 pontos (40,4%) - 7ª melhor campanha
Destaques: Manoel (Z), Marcelo (A), Paulo Baier (M)
Decepção: Ciro (A)
Artilheiro: Ederson, 21 gols
Média de público: 9.512 (17º)
Evolução: 
5ª rodada: 15º; 10ª rodada: 10º; 15ª rodada: 5º; 20ª rodada: 4º; 25ª rodada: 4º; 30ª rodada: 3º; 35ª rodada: 4º; Final: 
Melhor atuação: Atlético Paranaense 3 x São Paulo 0 (33ª rodada)
Pior atuação: Botafogo 4 x Atlético Paranaense 0 (35ª rodada)
Turno: 34 pontos, 4º colocado
Returno: 30 pontos, 7º colocado

Comentários

Sancho disse…
O time começou o Brasileiro devagar...
Lourenço disse…
Concordo com o texto, o Atlético é um dos times mais detestáveis mas por vezes torci pelo seu sucesso em virtude dos CONCEITOS que adotou nesta temporada. Só acho que Ederson é o principal destaque dessa temporada.
Vicente Fonseca disse…
Houve muitos destaques. Doeu deixar de fora o goleiro Wéverton e o lateral Léo, por exemplo. Como só cito 3 jogadores neste quadro, deixei o Ederson como destaque naturalmente por ser o artilheiro, que também recebe menção, abrindo espaço para outros que também jogaram muita bola.