Até o final do turno
Costuma-se dizer que é ao final do primeiro turno que começamos a conhecer de fato quem são os candidatos ao título brasileiro. Sendo assim, temos oito rodadas até que este, digamos, protocolo de intenções de disputa da taça, seja assinado. Como ainda é cedo, mais do que a colocação, é interessante conferir a pontuação das equipes passadas estas 11 primeiras rodadas do campeonato, quase um terço já.
Dos considerados favoritos antes de o Brasileirão começar, só o Corinthians tem aproveitamento superior a 50% (e de 51,5% apenas). O Grêmio vem logo atrás, 48,5%. Fluminense e Atlético-MG ficaram para trás. Mas surgiram novos candidatos, aqueles que eram considerados de um segundo pelotão, que corriam por fora. Estes vão bem: o líder Botafogo (69,7%), o Cruzeiro (63,6%) e o Internacional (57,6%), todos hoje considerados no mínimo postulantes à Libertadores. Mas claro, tudo ainda é cedo demais. Quase todo mundo ainda é candidato a tudo (ok, o Corinthians não vai cair).
O começo do Grêmio é ruim: mesmo com seis jogos em casa e cinco fora, tem aproveitamento inferior a 50%, fruto de sua má campanha como visitante. Ainda assim, são só três pontinhos que separam o Tricolor do G-4. Mas é preciso melhorar bastante: até hoje, quem terminou o primeiro turno em 4º lugar fez entre 31 e 35 pontos. O Grêmio precisaria de 15 a 19 pontos nos oito jogos finais, aproveitamento entre 62,5% e 79,2%, bem melhor que os atuais 48,5%.
A boa notícia é que a tabela favorece: há jogos difíceis em casa antes de uma sequência mais suave no final. Mas é preciso aproveitá-la. Contra o Inter, o Tricolor iniciou uma série de quatro jogos que serão decisivos para sabermos se ele brigará ou não por algo grande este ano. A sequência continua quinta, contra o Coritiba, na Arena, inclui uma visita ao Bahia domingo e um confronto em casa com o Cruzeiro na quarta que vem. Quatro partidas contra concorrentes diretos, sendo três em casa.
Por isso, perder dois pontos no Gre-Nal foi tão ruim. Agora, é preciso ganhar as duas em casa e no minimo empatar fora com o Bahia. Indo bem nesta etapa contra adversários diretos, o Tricolor terá vida relativamente mais tranquila a seguir: Vasco e Flamengo não são jogos fáceis, ainda mais fora de casa, mas, se embalar nos jogos anteriores, o Grêmio pode chegar com força e vencer ao menos um deles no Rio. No fim, Ponte Preta em casa, Goiás fora e Portuguesa em casa.
O Inter, mantendo os 57,6% atuais, chegaria a 33 pontos, uma pontuação de quem se manterá na briga. A sequência tem algumas pedreiras, mas é justamente nos jogos difíceis que o time de Dunga tem se sobressaído. Recebe o Atlético-PR em casa, visita o Botafogo e fará dois jogos em casa na sequência, contra Atlético-MG e Goiás. Destes 12 pontos, nove serão disputados no Vale, e seria bom conquistar ao menos 8 pontos neles - talvez seja melhor empatar com Botafogo e Atlético-MG e fazer 8 pontos que ganhar do Galo e perder do Fogão, concorrente direto, e fazer 9. Depois, uma difícil visita ao Coritiba, o poderoso Corinthians em casa e a Ponte fora, isso sem falar no jogo atrasado com o Santos, em Novo Hamburgo.
Abaixo, mais números sobre o G-4 (ou G-5, dependendo do ano) ao final de cada turno das edições de pontos corridos com 20 clubes, e o quanto importante é estabelecer-se neste grupo findada a metade da competição.
2006: os cinco primeiros ao fim do turno (São Paulo, Inter, Santos, Paraná e Grêmio) foram justamente os cinco primeiros no fim do campeonato, embora a ordem final tenha sido alterada.
2007: só dois dos cinco primeiros (São Paulo e Cruzeiro) acabaram entre os classificados à Libertadores. Botafogo e Vasco perderam o fôlego, mas o Palmeiras brigou até a última rodada, embora tenha caído fora. Entraram Santos (8º no fim do turno), Flamengo (11º) e Fluminense (12º), todos com reações espetaculares na segunda metade do campeonato.
2008: os quatro primeiros (Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo) chegaram na Libertadores.
2009: no ano mais maluco de todos, só Internacional e São Paulo se mantiveram no G-4 do turno para o final. O Flamengo saiu do 7º lugar para o título no segundo turno e o Cruzeiro (14º) tirou 15 pontos para o Palmeiras no returno e foi também à Libertadores.
2010: Fluminense e Corinthians, líderes ao fim do turno, disputaram o título até a última rodada com o Cruzeiro (6º, mas 3º por pontos empatado com quatro outros clubes ao fim do turno). Quem esteve fora da curva foi o Grêmio, 16º na primeira metade e campeão da segunda, chegando em 4º lugar.
2011: Corinthians e Vasco terminaram o turno no G-5 e disputaram o título até o fim. O Flamengo terminou o turno em 2º e chegou à Libertadores também, junto com o Inter (7º no turno) e Fluminense (12º).
2012: os três primeiros (Fluminense, Atlético-MG e Grêmio) foram os três primeiros do turno. O São Paulo, 4º ao final, finalizou o turno em 5º.
Conclusões
Só uma vez (Flamengo, 2009) o campeão brasileiro não finalizou o turno no G-4. Dos 31 classificados à Libertadores de 2006 para cá, 21 acabaram o primeiro turno do G-4, mais de dois terços. Ou seja, mantida esta tendência, é provável que dos (três ou) quatro classificados para a Libertadores 2014, um venha de fora do G-4 formado ao final do primeiro turno. Quem chega entre os primeiros na metade inicial tende a permanecer por lá, mas sempre há a brecha para uma reação espetacular de alguém que vem de trás.
Copa do Brasil
Hoje ocorre o sorteio das oitavas de final, com muita pompa e circunstância por parte da CBF e transmissão ao vivo do Sportv. Serão dois potes. No primeiro, Fluminense, Corinthians, Vasco, Grêmio, Internacional, Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, que cruzarão neste primeiro mata-mata com clubes do segundo, que tem Santos, Cruzeiro, Atlético-PR, Botafogo, Goiás, Luverdense, Salgueiro e Nacional-AM. Numa fase apertada de calendário, pegar uma das zebras cairia bem. Diante de tantos jogos difíceis no Brasileirão, daria uma suavizada - embora todo o cuidado seja pouco, claro.
O que não dá para entender são as quatro horas de diferença entre as duas fases do sorteio: os confrontos serão definidos ao meio dia, mas o sorteio dos mandos de campo é só às 16:00. Ajuda a levantar todo o tipo de suspeita.
Dos considerados favoritos antes de o Brasileirão começar, só o Corinthians tem aproveitamento superior a 50% (e de 51,5% apenas). O Grêmio vem logo atrás, 48,5%. Fluminense e Atlético-MG ficaram para trás. Mas surgiram novos candidatos, aqueles que eram considerados de um segundo pelotão, que corriam por fora. Estes vão bem: o líder Botafogo (69,7%), o Cruzeiro (63,6%) e o Internacional (57,6%), todos hoje considerados no mínimo postulantes à Libertadores. Mas claro, tudo ainda é cedo demais. Quase todo mundo ainda é candidato a tudo (ok, o Corinthians não vai cair).
O começo do Grêmio é ruim: mesmo com seis jogos em casa e cinco fora, tem aproveitamento inferior a 50%, fruto de sua má campanha como visitante. Ainda assim, são só três pontinhos que separam o Tricolor do G-4. Mas é preciso melhorar bastante: até hoje, quem terminou o primeiro turno em 4º lugar fez entre 31 e 35 pontos. O Grêmio precisaria de 15 a 19 pontos nos oito jogos finais, aproveitamento entre 62,5% e 79,2%, bem melhor que os atuais 48,5%.
A boa notícia é que a tabela favorece: há jogos difíceis em casa antes de uma sequência mais suave no final. Mas é preciso aproveitá-la. Contra o Inter, o Tricolor iniciou uma série de quatro jogos que serão decisivos para sabermos se ele brigará ou não por algo grande este ano. A sequência continua quinta, contra o Coritiba, na Arena, inclui uma visita ao Bahia domingo e um confronto em casa com o Cruzeiro na quarta que vem. Quatro partidas contra concorrentes diretos, sendo três em casa.
Por isso, perder dois pontos no Gre-Nal foi tão ruim. Agora, é preciso ganhar as duas em casa e no minimo empatar fora com o Bahia. Indo bem nesta etapa contra adversários diretos, o Tricolor terá vida relativamente mais tranquila a seguir: Vasco e Flamengo não são jogos fáceis, ainda mais fora de casa, mas, se embalar nos jogos anteriores, o Grêmio pode chegar com força e vencer ao menos um deles no Rio. No fim, Ponte Preta em casa, Goiás fora e Portuguesa em casa.
O Inter, mantendo os 57,6% atuais, chegaria a 33 pontos, uma pontuação de quem se manterá na briga. A sequência tem algumas pedreiras, mas é justamente nos jogos difíceis que o time de Dunga tem se sobressaído. Recebe o Atlético-PR em casa, visita o Botafogo e fará dois jogos em casa na sequência, contra Atlético-MG e Goiás. Destes 12 pontos, nove serão disputados no Vale, e seria bom conquistar ao menos 8 pontos neles - talvez seja melhor empatar com Botafogo e Atlético-MG e fazer 8 pontos que ganhar do Galo e perder do Fogão, concorrente direto, e fazer 9. Depois, uma difícil visita ao Coritiba, o poderoso Corinthians em casa e a Ponte fora, isso sem falar no jogo atrasado com o Santos, em Novo Hamburgo.
Abaixo, mais números sobre o G-4 (ou G-5, dependendo do ano) ao final de cada turno das edições de pontos corridos com 20 clubes, e o quanto importante é estabelecer-se neste grupo findada a metade da competição.
2006: os cinco primeiros ao fim do turno (São Paulo, Inter, Santos, Paraná e Grêmio) foram justamente os cinco primeiros no fim do campeonato, embora a ordem final tenha sido alterada.
2007: só dois dos cinco primeiros (São Paulo e Cruzeiro) acabaram entre os classificados à Libertadores. Botafogo e Vasco perderam o fôlego, mas o Palmeiras brigou até a última rodada, embora tenha caído fora. Entraram Santos (8º no fim do turno), Flamengo (11º) e Fluminense (12º), todos com reações espetaculares na segunda metade do campeonato.
2008: os quatro primeiros (Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo) chegaram na Libertadores.
2009: no ano mais maluco de todos, só Internacional e São Paulo se mantiveram no G-4 do turno para o final. O Flamengo saiu do 7º lugar para o título no segundo turno e o Cruzeiro (14º) tirou 15 pontos para o Palmeiras no returno e foi também à Libertadores.
2010: Fluminense e Corinthians, líderes ao fim do turno, disputaram o título até a última rodada com o Cruzeiro (6º, mas 3º por pontos empatado com quatro outros clubes ao fim do turno). Quem esteve fora da curva foi o Grêmio, 16º na primeira metade e campeão da segunda, chegando em 4º lugar.
2011: Corinthians e Vasco terminaram o turno no G-5 e disputaram o título até o fim. O Flamengo terminou o turno em 2º e chegou à Libertadores também, junto com o Inter (7º no turno) e Fluminense (12º).
2012: os três primeiros (Fluminense, Atlético-MG e Grêmio) foram os três primeiros do turno. O São Paulo, 4º ao final, finalizou o turno em 5º.
Conclusões
Só uma vez (Flamengo, 2009) o campeão brasileiro não finalizou o turno no G-4. Dos 31 classificados à Libertadores de 2006 para cá, 21 acabaram o primeiro turno do G-4, mais de dois terços. Ou seja, mantida esta tendência, é provável que dos (três ou) quatro classificados para a Libertadores 2014, um venha de fora do G-4 formado ao final do primeiro turno. Quem chega entre os primeiros na metade inicial tende a permanecer por lá, mas sempre há a brecha para uma reação espetacular de alguém que vem de trás.
Copa do Brasil
Hoje ocorre o sorteio das oitavas de final, com muita pompa e circunstância por parte da CBF e transmissão ao vivo do Sportv. Serão dois potes. No primeiro, Fluminense, Corinthians, Vasco, Grêmio, Internacional, Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, que cruzarão neste primeiro mata-mata com clubes do segundo, que tem Santos, Cruzeiro, Atlético-PR, Botafogo, Goiás, Luverdense, Salgueiro e Nacional-AM. Numa fase apertada de calendário, pegar uma das zebras cairia bem. Diante de tantos jogos difíceis no Brasileirão, daria uma suavizada - embora todo o cuidado seja pouco, claro.
O que não dá para entender são as quatro horas de diferença entre as duas fases do sorteio: os confrontos serão definidos ao meio dia, mas o sorteio dos mandos de campo é só às 16:00. Ajuda a levantar todo o tipo de suspeita.
Comentários
Sobre a Copa do Brasil, creio que a justificativa oficial seja a de tentar evitar o máximo jogos na mesma cidade no mesmo horário