Mais que o esperado, menos que o necessário



O jogo deste sábado é daqueles que o torcedor que não o viu adora o resultado, mas o que viu o lamenta. Afinal, as perspectivas antes da partida eram bem desfavoráveis ao Internacional: o time vinha jogando muito pouco, tinha desfalques importantes, vinha de um empate paupérrimo contra a Portuguesa e tinha pela frente o bom time do Cruzeiro, em Minas Gerais. O 2 a 2 fora de casa, assim, seria um pontinho precioso. Mas as circunstâncias da partida levam inevitavelmente às lamúrias, pois foi o Colorado que jogou melhor e esteve bem mais perto da vitória em Sete Lagoas.

As carências do plantel do Inter são inegáveis (hoje, Josimar entrou na zaga após a saída de Índio, já que não havia outro zagueiro no banco), mas Otávio tem teimado em nos mostrar o contrário. Assim como no Canindé, o menino jogou muito bem. Ele dá uma movimentação que Forlán não consegue oferecer, combina melhor com D'Alessandro e Fred e nunca deixa o centroavante isolado. O seu gol, aos 23 minutos, veio após muito estudo de lado a lado. Nem Inter, nem Cruzeiro, se impunham naquele momento. O time mineiro, para piorar, perdeu Dagoberto, seu melhor nome em 2013, no início do jogo. Uma baita ajuda, embora justamente o seu substituto, Élber, tenha empatado quando o Colorado dominava.

Élber, aliás, também se machucou na hora do gol. Marcelo Oliveira queimou duas substituições por lesão no primeiro tempo, e ainda via o goleiro Fábio descontado, seguindo no sacrifício. O 1 a 1 não representava o que era jogo. O Cruzeiro teve superioridade apenas na primeira parte do segundo tempo, após a conversa do intervalo, mas talvez não tivesse chegado à vantagem se Rafael Moura não cometesse a imperdoável besteira de meter a mão na bola em um escanteio, dando de graça um pênalti e a vantagem para o time mineiro. Gabriel logo pôs a justiça no placar, Ricardo Goulart foi expulso por uma imbecilidade tão grande quanto a do He-Man e o Inter não venceu o jogo graças a Fábio - e Rafael Moura, claro.

A atuação foi o que de melhor o Internacional teve neste sábado. Forlán é o artilheiro do time em 2013, mas sem ele o time melhora em termos de movimentação. Isso não significa que o uruguaio deva reserva, mas que existe uma alternativa de jogo interessante sem ele. O 4-5-1 foi colocado em dois jogos neste Brasileiro. Em nenhum o Inter venceu, mas a formação apresentou bom resultado no desempenho da equipe. Ontem, dominou a meia-cancha a partir disso e dos inúmeros problemas que o Cruzeiro teve durante a partida, especialmente as lesões.

Por isso tudo, o resultado não foi bom. Como na partida do Grêmio no sábado passado, contra o Santos, na Vila Belmiro, um ponto tomado isoladamente não é ruim fora de casa diante do Cruzeiro, mas as circunstâncias permitiam algo mais. Ademais, combinando este com os outros quatro jogos iniciais do Inter no Brasileirão, temos uma equipe com apenas 6 pontos em 15 disputados, míseros 40% de aproveitamento em uma campanha que pegou quatro equipes que estão longe da lista dos favoritos ao título, com uma única vitória em cinco jogos, podendo acabar a rodada na 16ª colocação. É muito pouco, para não dizer preocupante.

Gaúchos x mineiros, parte 2
Hoje é a vez do Grêmio em Sete Lagoas. O Atlético Mineiro não atuará no Independência, onde é praticamente imbatível. Além disso, não terá Réver, Bernard e Jô, todos na seleção brasileira - embora Gilberto Silva, Luan e Alecsandro sejam ótimos reservas. É um time que não vence há seis jogos, vem em momento instável, mas apesar de tudo é uma parada duríssima. A lanterna é totalmente ilusória e provisória: o Galo tem tudo para brigar lá em cima e sabe que o Grêmio é um rival direto de tabela, devendo entrar com cuidado e mobilização dobrados. Ainda assim, o Tricolor tem boas chances de sair de Minas com um pontinho na bagagem, se repetir o futebol que tem praticado e mudar sua postura fora de casa. Não perder hoje dará força à campanha gremista, que é a de melhor aproveitamento até aqui dentro do Brasileirão.

Mais um tropeço
É ruim o começo de campeonato do Corinthians. No Pacaembu, à frente de 33 mil torcedores, a ansiedade venceu o Timão. Foram muitas chances perdidas e mais dois pontos que escorrem pelo ralo no 0 a 0 contra a Portuguesa. A sorte é que muitos favoritos têm perdido também.

Tarde para vencer
É o primeiro jogo diurno na Arena, é a primeira vez da seleção brasileira na Arena. O grande espetáculo da tarde ocorrerá em Porto Alegre, e não envolve a Dupla Gre-Nal. A França não vem com time completo, mas terá Cabaye, Benzema, Gourcuff e outros titulares. Ainda assim, vem sem força máxima, o que deixa o Brasil na obrigação de vencer, e mais, convencer. Há quase quatro anos a canarinho não ganha de nenhuma equipe grande. Comentarei este grande jogo a partir das 15:50, pela Rádio Estação Web. Não deixem de ouvir a nossa transmissão!

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