Dois pontos perdidos


Um ponto ganho ou dois perdidos? Matematicamente, as duas coisas. Mas trata-se apenas de uma forma diferente de perguntar se o resultado obtido pelo Grêmio na Vila Belmiro foi bom ou ruim. Neste caso, é muito claro: foram bem mais dois perdidos que um ganho.

Todas as circunstâncias, exceto a de jogar na Vila, favoreciam o Grêmio. O Santos é uma equipe inferior, vem em crise, saiu perdendo e só empatou nos 15 minutos finais. O pênalti pode até ser discutido, mas o que o ocasionou não: o recuo gremista após fazer 1 a 0. Não é um privilégio do Tricolor: a lei do menor esforço impera no futebol brasileiro. Marcar o primeiro gol e recuar é um vício de várias equipes. O problema é que no Grêmio ele tem sido recorrente. A atuação em Bogotá, diante do Santa Fé, foi uma atuação de tentar segurar a vantagem pequena, que obviamente não deu certo.

Em Santos, no entanto, o Grêmio não correu tantos riscos. O Peixe teve superioridade apenas nos 15 primeiros minutos da etapa final. De resto, os gaúchos controlaram as ações. O erro esteve na falta de apetite para buscar o segundo. Bastava o Tricolor trocar alguns passes com razoável paciência, apertar um pouco, que os espaços surgiam. Neste sentido, Zé Roberto e Vargas foram os grandes destaques. Elano apareceu pouco e Barcos foi nulo, bem substituído por Kleber.

Foi esta falta de ambição de ampliar e definir o jogo que puniu o Grêmio. Quando Souza tocou com o braço na bola, o Santos já nem esboçava pressionar. Montillo foi talvez o pior jogador em campo. Neílton, com o vício típico dos jovens atacantes brasileiros, tem um penteado esquisito e prefere se atirar e tentar cavar o pênalti a tentar seguir de pé na jogada. A fragilidade do time santista não parecia capaz de ameaçar a vitória, apesar da postura preguiçosa do Grêmio. Por isso, o empate precisa muito mais ser lamentado que comemorado.

Um ponto na Vila Belmiro nem todos vão conseguir. Mas isso contra um Santos mais forte, mais encorpado que o que jogou hoje. Ainda sem técnico, o Peixe tem elenco para formar uma equipe ao menos razoável, que poderá fazer uma campanha forte em casa. Enquanto esse time não é montado, quem jogar na Vila precisa aproveitar e conquistar pontos que, mais tarde, vão ser dificilmente obtidos pelos concorrentes. O Grêmio é o primeiro clube que deixou esse cavalo passar encilhado sem montar.

O precoce líder
O Botafogo é o clube que melhor começou o Campeonato Brasileiro. Nos 2 a 1 sobre o Cruzeiro, chegou a 7 pontos em 9 disputados contra três adversários grandes - os outros foram Santos e Corinthians. Não é ao acaso: o alvinegro fez um ótimo Cariocão, ganhou os dois turnos, venceu clássicos contra seus três rivais no estadual e vem passando fácil na Copa do Brasil. Como não tem grandes atacantes, talvez não tenha fôlego para título. Mas Libertadores é uma possibilidade real, e não é a mística que irá descará-lo.

O primeiro grande ensaio
O Maracanã em nada se parece com o velho Maraca de outros tempos, embora esteja bonito. Cada reforma o descaracteriza um pouco mais. A tarde será para testá-lo, ver quais são seus problemas e virtudes, tanto quanto a seleção de Felipão. Sem vencer grandes seleções desde setembro de 2009, o Brasil encara a Inglaterra na busca por afirmação. Em fevereiro, perdeu por 2 a 1 em Wembley. Hora de ver se alguma coisa mudou nestes três meses.

Noite para vencer
No frio e provável neblina de Caxias, o Inter enfrenta o Bahia com a obrigação da vitória. Trata-se de um jogos mais fáceis do Campeonato Brasileiro. Poucos perderão a chance de derrotarem o Tricolor Baiano jogando em casa, ainda mais na crise em que ele vive. A tabela inicial favorece o Colorado. Cabe a ele transformar esta vantagem teórica em uma boa pontuação.

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