A primeira derrota

Perder para o Atlético em Minas é absolutamente normal, mas o Grêmio pode sair de Sete Lagoas lamentando o resultado. Não apenas porque o Galo é um potencial concorrente direto de tabela, mas pelas próprias circunstâncias da partida. A atuação longe de casa desta vez não foi ruim, ao contrário da imensa maioria dos jogos recentes. A partida foi equilibrada, o Tricolor levou um gol em um pênalti inexistente quando era melhor em campo, e o segundo acabou sendo consequência da tentativa forçada e arriscada de buscar o empate - Alex Telles, logo antes do gol que matou o jogo, perdeu grande chance de empatar. Foi 2 a 0, mas foi no detalhe, como normalmente são decididos jogos entre equipes de forças parelhas.

A entrada de Guilherme Biteco, mais uma vez, trouxe mais movimentação à meia-cancha gremista. Talvez fosse o caso de novamente ele começar o jogo na quarta-feira, deixando para colocar Elano na segunda etapa. Com Biteco, o Grêmio teve mais poder de infiltração e velocidade. Adriano foi perfeito na marcação a Ronaldinho, Pará perdeu quase todas para Luan (o melhor em campo) e a dupla de ataque Kleber-Barcos, mais uma vez, lutou bastante, mas foi insuficiente e com baixo, para não dizer nulo, poder de fogo.

De todo modo, o resultado obriga o Grêmio a vencer o São Paulo, quarta, na Arena. O Grêmio perde sua primeira partida no Brasileiro - há 18 jogos não era derrotado por esta competição. A liderança antes da Copa das Confederações é impossível, mas posicionar-se dentro do G-4 segue sendo importante. Hoje, o Galo veio sem Réver, Bernard e Jô, e o time de Luxemburgo não conseguiu aproveitar para roubar-lhe pontos preciosos em Minas. O São Paulo, por sua vez, vem em crise, e compensar a derrota de hoje será absoluta obrigação gremista. Todos os resultados do Grêmio até aqui no Brasileiro foram normais, inclusive para quem quer brigar lá em cima. Perder mais pontos no meio de semana já sai fora dessa curva.