Equilíbrio, a tônica da Libertadores

Depois de uma primeira fase extremamente equilibrada, a Libertadores 2013 prossegue com a tônica da paridade de forças neste começo de mata-matas. A primeira rodada das oitavas de final tiveram cinco vitórias dos times mandantes, teoricamente os mais fracos, já que foram vice-líderes de grupos. Só um jogo terminou empatado. Todos os outros tiveram um vencedor, que sempre derrotou seu rival por um gol de diferença. Ninguém marcou 3 gols num mesmo jogo.

Diante de tanto equilíbrio, é possível dizer que todos os confrontos seguem abertos. Os dois duelos domésticos foram os únicos que tiveram um visitante ganhando, o que evidencia uma dificuldade generalizada de atuar fora do país. Mesmo assim, o Newell's é capaz de eliminar o Vélez em Buenos Aires (qualquer vitória serve), e o Atlético-MG precisa ter cuidado com o São Paulo, apesar de jogar em Belo Horizonte com uma boa vantagem. Cuca, com a melhor campanha, foi exatamente assim com o Cruzeiro para cima do Once Caldas em 2011, e deu no que deu. Certamente está vacinado.

Abaixo, trazemos algumas curiosidades sobre os mata-matas desta e de outras Libertadores. Retrospectos não entram em campo, mas ajudam, muitas vezes, a apontar tendências.

Jogar a segunda partida em casa é garantia de classificação?
Já respondemos esta pergunta outras vezes. A resposta é não. De 2006 para cá, quando foi adotado o saldo qualificado nos mata-matas da Libertadores, dos 103 mata-matas, 54 tiveram classificação de quem jogou a segunda em casa (52,4%), contra 49 triunfos de quem decidiu fora (47,6%). Há absoluto equilíbrio. Na Copa do Brasil, os números são semelhantes. A vantagem de jogar a segunda em casa não existe.

Quem ganha o primeiro jogo em casa costuma se classificar em um mata-mata de Libertadores?
Sim. Desde 2006, em 51 oportunidades o time que mandou a primeira partida casa venceu. Em 38 delas (74,5%) passou de fase, e em apenas 13 foi eliminado na volta. Isto significa que, dois cinco mandantes que ganharam na ida das oitavas (Grêmio, Tigre, Boca Juniors, Emelec e Real Garcilaso), somente um deve ser eliminado, se mantida a média dos últimos sete anos.

Quem ganha o primeiro jogo fora de casa costuma de classificar em um mata-mata de Libertadores?
Certamente sim. Nestes sete anos de saldo qualificado, 17 das 19 equipes que ganharam a primeira partida fora de casa se classificaram jogando em casa na volta. Os dois derrotados foram fiascos históricos: o Flamengo, diante do América-MEX (2008), e o Cruzeiro, contra o Once Caldas (2011). O índice de classificação neste caso chega a 89,5%.

Em caso de empate no jogo de ida, quem se classifica mais? O mandante ou o visitante do jogo de volta?
Empatar fora de casa na ida foi bom negócio para 74,2% dos mandantes do jogo de volta nos mata-matas da Libertadores desde 2006. Foram 23 classificações dos mandantes do segundo jogo, contra 8 dos visitantes. Boa notícia para o Palmeiras, que protagonizou diante do Tijuana o único empate das oitavas até agora.

E o Grêmio? 2 a 1 em casa no primeiro jogo foi um bom resultado?
Foi, mais longe de ser uma garantia de vaga. Nestes sete anos, oito equipes ganharam o primeiro jogo em casa por 2 a 1. Destas, cinco se classificaram na volta (62,5%), e três foram eliminadas.

Comentários

Lique disse…
é impressão ou essa análise aponta que o jogo decisivo é o primeiro, não o segundo?
Vicente Fonseca disse…
Sim, Lique. Se a gente somar os dados, em 55 de 68 jogos, quem ganhou a primeira passou de fase.
Sancho disse…
Sobre os empates, Vicente, como fica a separação entre empate com gols e sem gols? Pergunto porque, com saldo qualificado, eles são diferentes. Sem gols, a vantagem me parece ficar com o mandante do primeiro jogo, mas nunca confirmei.
Vicente Fonseca disse…
Essa é uma ótima pergunta, Sancho. Vou dar uma pesquisada e trago os dados amanhã aqui. Vou incluir também jogos da Copa do Brasil nesta conta, já que sete anos de Libertadores podem dar uma amostra muito pequena.