Ganhar do melhor time do país com mistão: é o jeito

Luís Fabiano fez falta. Era mesmo improvável que sem ele o São Paulo ganhasse na altitude de La Paz. Já não conseguira diante do fraco Bolívar, goleado no Morumbi por 5 a 0. Tendia a ser ainda mais difícil derrotar o Strongest, que quase arrancou um empate na capital paulista. As circunstâncias eram bem diferentes (contra o Bolívar o time estava praticamente classificado, ontem era uma decisão), mas o desempenho da equipe de Ney Franco na Libertadores não trazia qualquer perspectiva otimista. Lucas ainda faz muita falta.

Assim como contra o Arsenal, em Sarandí, o São Paulo abusou dos gols perdidos em La Paz. Não faltou dedicação, até sobrou fôlego para pressionar os bolivianos nos minutos finais do segundo tempo, mas não havia qualidade na definição. Aloísio, que não é um atacante do tamanho que o São Paulo precisa para ser titular numa decisão por Libertadores, errou diversas vezes, e nas que acertou parou em Vaca, o goleiro boliviano. É bom sempre ressaltar também os méritos do adversário, embora talvez o Strongest não tivesse saído com uma vitória ontem não fosse o frango de Rogério Ceni no segundo tempo. Altitude e velocidade da bola à parte, o modo como ele se atirou e tocou a bola para rebatê-la foi completamente equivocado.

De qualquer modo, não foi ontem que o São Paulo se complicou na Libertadores. Foi, especialmente, nos jogos contra o Arsenal de Sarandí, que, apesar das goleadas sofridas para o Atlético-MG e de estar em último no momento, é minha aposta para se classificar para as oitavas (e pegar o Galo novamente). O empate no Morumbi em 1 a 1 com os argentinos e a infantil expulsão de Luís Fabiano após o jogo minaram a campanha são-paulina de vez. Para piorar, os 2 a 1 sofridos na Argentina. Foi apenas um ponto em seis disputados contra um time em que o Atlético-MG marcou simplesmente 10 gols em dois jogos. Imperdoável.

A vaga ainda não é impossível, mas a cada rodada é mais improvável. Ganhar do Galo estando em boa fase e com time completo já é um desafio e tanto para qualquer clube brasileiro, mas precisar disso sem Luís Fabiano, Lucas (cito-o sempre, pois o São Paulo ainda não encontrou uma fórmula para substituí-lo) e Jadson (levou o terceiro amarelo ontem) é quase fazer do Tricolor um mistão. E não basta ganhar: o Strongest não poderá vencer o Arsenal na Argentina, resultado até bem possível de acontecer. A conjugação de ambos é que é complicada.

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