Muito melhor que a encomenda

O resultado de ontem à noite foi excepcional para o Palmeiras. Não apenas porque 2 a 0 em casa em uma final de Copa do Brasil é uma ótima vantagem, mas pelas circunstâncias do próprio jogo.

Como já tem sido praxe nesta caminhada, o time paulista foi extremamente eficiente e mortal nas poucas chances que teve. Mas o Coritiba dominou a partida de um modo que nenhuma outra equipe conseguiu diante da equipe de Felipão. A marcação adiantada do ótimo conjunto elaborado por Marcelo Oliveira já criara duas chances claras de gol em 9 minutos, algo que o Grêmio, por exemplo, não conseguiu no jogo inteiro do Estádio Olímpico. Na primeira, Bruno salvou; na segunda, Rafinha concluiu livre, de carrinho, por cima.

O Coxa trocava passes, envolvia o Palmeiras e chegava quase sempre com muito perigo. O gol parecia questão de tempo. Pode-se criticar a equipe paranaense por não ter sido efetiva nas chances que teve, mas o fato é que a derrota parcial do primeiro tempo não ocorreu por causa disso, mas sim por um erro de arbitragem de Wilton Pereira Sampaio. Jonas e Betinho se agarraram dentro da área, ambos. Foi tão pênalti de um como falta de ataque do outro. O jogo deveria ter seguido, mas o árbitro deu penalidade, para lá de discutível. Valdívia fez 1 a 0. Placar injusto e que não refletia o jogo.

O segundo tempo já foi mais equilibrado. Precisando mais do gol que no primeiro tempo, o Coritiba afobou-se muitas vezes e chegava menos. Thiago Heleno, ótima partida, fez o segundo, na clássica bola parada de Marcos Assunção. O jogo estava todo para o Palmeiras, até a expulsão de Valdívia - outro erro de arbitragem, que deu cartão amarelo para o chileno por ele ter fingido que jogaria a bola sobre um adversário.

O Coxa veio para cima de novo. A entrada de Tcheco melhorou o time, que tinha um jogador mais experiente em campo, com criatividade e boa bola parada. Mas novamente a arbitragem errou decisivamente, sonegando um pênalti no experiente meia, de 36 anos. A revolta coxa-branca após o apito final tinha toda a razão de existir. Em uma decisão de competição nacional, é no mínimo uma irresponsabilidade não colocar um árbitro FIFA para apitar.

Resultado, como dito antes, excepcional para o Palmeiras. Abre uma vantagem boa, diante de um adversário que jogou melhor que ele próprio, e sem seu principal jogador, o centroavante Barcos. Mas é justamente por conta disso que a Copa do Brasil ainda não está decidida: o Coritiba é melhor time, e mostrou isso ontem em Barueri, apesar da derrota. O Palmeiras, mesmo com a vitória, sentiu a falta de uma referência, sem Barcos. Nem ele, nem Valdívia, jogarão no Couto Pereira.

Em tempo:
- Excelente a participação do torcedor palmeirense. Um dia após o maior título da história do Corinthians, compareceu em peso e em chamas, para apoiar seu time rumo à conquista.

Copa do Brasil 2012 - Final - 1º Jogo
5/julho/2012
PALMEIRAS 2 x CORITIBA 0
Local: Arena Barueri, Barueri (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Público: 28.557
Renda: R$ 1.874.214,00
Gols: Valdívia (pênalti) 47 do 1º; Thiago Heleno 19 do 2º
Cartão amarelo: Márcio Araújo, Júnior Urso, Jonas, Émerson e Tcheco
Expulsão: Valdívia 24 do 2º
PALMEIRAS: Bruno (7), Artur (6,5), Maurício Ramos (5,5), Thiago Heleno (7,5) e Juninho (6,5); Márcio Araújo (5,5), Marcos Assunção (6,5), João Vítor (5,5) e Valdívia (5,5); Mazinho (4,5) (Maikon Leite, 36 do 2º - sem nota) e Betinho (5). Técnico: Luiz Felipe
CORITIBA: Vanderlei (5,5), Jonas (5), Émerson (4,5), Pereira (5) e Lucas Mendes (6); Willian (5,5), Júnior Urso (6) (Tcheco, 29 do 2º - 5,5), Everton Ribeiro (5,5) (Lincoln, 11 do 2º - 4,5) e Rafinha (6,5); Gil (5,5) (Anderson Aquino, 23 do 2º - 5) e Everton Costa (6). Técnico: Marcelo Oliveira


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