A maior de todas as tacadas

Diego Forlán é o segundo jogador de renome mundial a desembarcar no Brasil nesta semana. Seis dias após o anúncio botafoguense da vinda de Seedorf, o Internacional busca o craque da Copa do Mundo de 2010 na Itália.

A contratação colorada tem maior impacto que a botafoguense. Forlán é a maior contratação da história do futebol gaúcho. Supera De León, Ancheta e Figueroa, todos considerados os melhores zagueiros do mundo em suas respectivas épocas. Supera D'Alessandro, supera Astrada, Zinho e qualquer uma das contratações feitas pelo Grêmio em 2000. Afinal, é o craque da última Copa do Mundo vindo atuar em Porto Alegre, o que nunca aconteceu antes. Poucas contratações em âmbito nacional, inclusive, superam esta na história. Romário, em 1995, veio para o Flamengo como craque da Copa e melhor do mundo. É a única que lembro de cabeça. Ronaldo, em 2009, veio quase como ex-jogador, muito longe do seu auge.

Não era prioridade do Internacional um meia-atacante. Pensando em termos de carências, o melhor seria a vinda de um zagueiro ou um volante, que é onde o time pena mais. Forlán, no entanto, pode preencher uma lacuna: a de um meia-atacante que se aproxime de Leandro Damião e bata em gol. Oscar não chuta tanto, nem D'Alessandro. Dátolo um pouco mais, mas está por longo período lesionado. O uruguaio é mais talhado para esta função que Dagoberto, que perde espaço no elenco vermelho com esta contratação.

Mesmo não sendo uma prioridade, Forlán foi uma excelente contratação. Renderá milhares de sócios, não custa tão caro e trará dinheiro ao clube com o marketing que seu nome possui. A contribuição dentro de campo, por incrível que pareça, é o que menos garantido temos em perspectivas. É recomendável aos colorados terem um pouco de paciência, pois dificilmente veremos aqui o mesmo Forlán que encantou o planeta em 2010. Não pela idade (33 anos), mas pela irregularidade que sua carreira em clubes demonstra. Forlán teve um começo promissor no Independiente, anos ruins no Manchester United, uma ótima passagem pelo Villarreal e viveu o auge no Atlético Madrid. Suas duas últimas temporadas, uma pelo Atlético e outra na Internazionale, foram ruins. Contrastam com o ótimo desempenho na seleção uruguaia. Desde a Copa, só foi bem, mesmo em parte da última Copa América. É pouco para alguém do seu nível. 

Outra ponderação que o Internacional precisa obrigatoriamente fazer é em relação à idade do seu time. Com Forlán, o time titular do Inter tem cinco jogadores acima dos 30 anos (Índio, Kleber, Guiñazu, D'Alessandro e Forlán), o que pesa em disputas longas como a do Campeonato Brasileiro. Trazendo Juan, excelente zagueiro, o número pode subir para seis, mais da metade do time. Mas a vinda do uruguaio dá ao Colorado o upgrade que ele precisava para ser um verdadeiro postulante ao título brasileiro. Mesmo que falte, ainda, um bom zagueiro.

Em tempo:
- A vinda de Forlán praticamente carimba a saída de Bolatti, pior investimento do Internacional nos últimos anos. Dos três argentinos que restam (Guiñazu, D'Alessandro e Dátolo), um deles sobrará inclusive do banco de reservas. Lesionado, Dátolo é, teoricamente, o favorito para perder espaço no elenco. Por mais que, dos três citados, o que menos jogou bem este ano, disparadamente, seja D'Alessandro. A naturalização de Guiñazu é uma tentativa obrigatória da direção.

- Forlán, Nilmar, Juan, Leandro Damião e Oscar, juntos, é quase impossível. Alguém vai ter que sair para o balancete fechar. Oscar, com a sondagem do Tottenham, é quem parece mais próximo. Embora a não-vinda de Nilmar e/ou Juan seja ainda o mais provável.


Comentários

Vine disse…
De qualquer forma, espanta a direção buscar DOIS atacantes, mas achar normal ter apenas três zagueiros no clube...
Não vai dar certo.