A esperança da vez

Mano Menezes convocou a seleção que tentará o primeiro ouro olímpico para o Brasil no começo da tarde de hoje. Como sempre, cabem elogios e críticas. É impossível atingir a unanimidade à frente de uma seleção brasileira, especialmente a olímpica, que sempre entra pressionada por não ter conquistado um título.

A principal crítica vai com relação aos poucos volantes convocados: apenas dois, Sandro e Rômulo. Em primeiro lugar, é muito pouco levar apenas dois jogadores de contenção. Em caso de lesão ou da necessidade de resguardar a equipe, que pode ocorrer em algum jogo específico, Mano terá que improvisar. Foram chamados nada menos que quatro laterais, dois de cada lado. Um deles poderia sair para a convocação de Fernando, que vive momento muito superior a Casemiro e é mais jogador que Rômulo. Mano talvez pudesse, também, abrir mão de um dos sete jogadores ofensivos em favor de um centromédio.


Para a zaga, Juan e Bruno Uvini são extremamente insuficientes, mas trata-se de uma deficiência nacional. Thiago Silva, portanto, foi bem convocado. Mas Hulk, sinceramente, não precisava ser chamado. O Brasil já tem Neymar, Leandro Damião e Pato na frente, fora Lucas, Oscar e Ganso chegando de trás. Para que mais um atacante, se ele não é exatamente diferenciado? Melhor seria investir no chamado do vascaíno Dedé, um zagueiraço, muito superior aos dois sub-23 chamados, que poderiam jogar apenas em caso de lesão dele ou de Thiago Silva.


O Brasil, portanto, vai forte do meio para a frente, mas com deficiência de nomes e quantidade de jogadores atrás. Mano Menezes poderia ter explorado melhor a possibilidade de utilizar jogadores acima dos 23 anos no sentido de equilibrar esta conta, e não o fez.


Campeonato Brasileiro
O Santos é o time mais prejudicado pela convocação. Neymar, Ganso e Rafael são titulares importantes, que seriam fundamentais para que o time se recuperasse na tabela. Sem Borges, que está de ida para o Cruzeiro, o elenco do Peixe se enfraquece ainda mais. Libertadores, talvez, seja o horizonte possível.


O Inter perde Oscar e Leandro Damião, mas não sai tão prejudicado quanto o Peixe. Com as possíveis vindas de Forlán e Nilmar, estes desfalques podem ser amenizados. E Damião, caso os dois venham, deverá sair.


O São Paulo perde, na prática, Lucas. Bruno Uvini é pouco utilizado. Grêmio e Fluminense, por sua vez, foram os maiores favorecidos. Além de verem estes rivais enfraquecidos, não perdem Fernando e Wellington Nem, potenciais convocados. O mesmo vale para o Atlético/MG e o prodigioso Bernard.

Comentários

Igor Natusch disse…
Perfeita a leitura. Nada tenho a acrescentar.
Samir disse…
Tá mto claro que o mano vai colocar em campo um 4-3-3 dos mais ousados...

Rafael; Danilo, Thiago, Juan e Marcelo; Sandro, Oscar e Ganso; Neymar, Damião e Hulk.

Não gosto desse time, completamente desequilibrado. Concordo contigo: poderia ter tirado o Hulk e levado mais um volante... mas enfim, o Mano segue colocando o time da imprensa em campo, e isso pode custar o emprego dele. Hj, infelizmente, torço pra isso. Com Mano, não teremos um time na Copa do Mundo! E eu gosto dele, antes que se pense o contrário, mas esse cara não é o treinador de Grêmio e Corinthians