Banquete para encerrar o jejum

Coritiba e Palmeiras são dois dos grandes times brasileiros que estão há mais tempo sem conquistar um título de expressão nacional. Os paulistas não ganham algo relevante desde a Copa dos Campeões Regionais de 2000 (torneio que levava à Libertadores, lembremos). São 12 anos sem ver uma grande taça de perto. O Coxa vem ainda mais sedento: são 27 anos desde o Campeonato Brasileiro de 1985. Entre os grandes brasileiros, talvez só o Vitória e Santa Cruz venham em situação pior, por nunca terem conquistado algo além das fronteiras regionais - e por isso são erroneamente considerados por muitos clubes médios, mesmo tendo grandes torcidas e estádios de porte.

O Coritiba é um time melhor. É mais bem estruturado e, vendo seu adversário sem Barcos e Valdívia, tem também valores individuais superiores. O problema todo é que terá que ser muito melhor para sair campeão hoje à noite do Couto Pereira. Afinal, os injustos 2 a 0 aplicados pelo time paulista em Barueri obrigam uma goleada dos curitibanos hoje à noite. Diante de um Palmeiras que vem sabendo jogar fechado, ciente de suas limitações técnicas, será muito complicado.

Seria uma crueldade imensa com a torcida coxa-branca a perda, pela segunda vez consecutiva, deste título dentro do Couto Pereira. Se diante do Vasco havia um otimismo (o time era melhor que o atual, e a desvantagem era menor que a de hoje), para este 11 de julho de 2012 todos já estão um pouco mais preparados para um caso de perda. O que não será levado à cancha, óbvio: o Coritiba tem muito mais fator local que o Palmeiras, e precisa usá-lo. Por mais que seja difícil, há chances de reversão. Se o time paulista conseguiu fazer 2 a 0 em casa, porque não é possível devolver este placar, ao menos? Contra o São Paulo, que tecnicamente é melhor que o Palmeiras, isso ocorreu. Embora, no mata-mata, a qualidade técnica nem sempre prevaleça.

Já Felipão perde muito sem um centroavante, que poderia definir o jogo em um lance e segurar a bola na frente, algo importantíssimo em jogos que se propõem deste jeito. A saída talvez seja escalar dois atacantes rápidos. Betinho foi uma atuação nula em Barueri, embora tenha sido quem sofreu o (discutível) pênalti de Jonas. A melhor saída é, tendo bons lançadores como Marcos Assunção e Daniel Carvalho, apostar em contra-golpes de Mazinho e Maikon Leite, especialmente no segundo tempo. Um gol que o Palmeiras marque hoje praticamente mata o Coritiba.

Grande jogo, grande final. Uma noite histórica, que marcará o fim de um longo jejum de um grande clube brasileiro. Seja ele qual for.