O melhor dos melhores
Os ingleses repetiram diante da Suécia a mesma estratégia de quando empataram com a França: esperaram o adversário, sem tomar a iniciativa do jogo - mesmo que tivessem maior posse de bola. Com um sistema defensivo bem constituído, a Inglaterra foi pouco ameaçada, e aí começou a se soltar. Faltava qualidade, porém. Milner é muito voluntarioso, mas pouco criativo; Young é muito veloz, mas também criava pouco. Sobrava, mais uma vez, para Steven Gerrard. O que não chegava a ser um problema.
O volante do Liverpool fez mais um partidaço: marcou demais, correu demais, armou demais. Uma espécie de Schweinsteiger britânico. Faz seu melhor campeonato com a camisa inglesa. De seu pé saiu o primeiro gol, igualzinho ao marcado por Lescott contra a França: levantamento da direita na cabeça de Carroll, que subiu demais e deslocou o goleiro com uma conclusão firme e indefensável.
A Suécia precisava se soltar, mas só conseguiu isso no segundo tempo. Após duas tentativas de Ibrahimovic, Mellberg pegou a sobra e empatou o jogo. A bola ainda desviou em Johnson, que recebeu a autoria do gol contra. Animada com a igualdade logo aos três minutos, a equipe nórdica seguiu pressionando e chegou à virada, novamente com Mellberg, de cabeça, aos 13. A esta altura o jogo já era uma loucura. O resultado complicava demais a vida da Inglaterra no grupo. Finalmente, os ingleses eram obrigados a buscar um resultado nesta Euro.
Quem imaginou que a equipe teria grandes dificuldades por conta das limitações de seus homens de frente deu com os burros n'água. Em cinco minutos o English Team já empatava de novo a partida, em um golaço de Walcott, apesar da falha de Isaksson. O goleiro sueco já salvara uma chance antes, bem como faria a seguir. Só não salvou o chute surpreendente de Walcott e a conclusão ainda mais espetacular de Welbeck, aos 32: ele recebeu de Walcott (sempre ele) e fez um gol de calcanhar estando de costas para o gol na hora da conclusão. Espetacular.
Vitória excepcional da Inglaterra, que mostrou gana, capacidade de recuperação e futebol, sim, senhor. Pouco cotada, a seleção inglesa une-se em torno do objetivo e vai crescendo na Euro. Na próxima rodada, já terá Rooney de volta, para pegar a Ucrânia. Um empate classifica os britânicos. Quanto à Suécia, é bom não se enganar com o fato de ser a única seleção já eliminada da competição, ao lado da Irlanda: é uma boa equipe, com alguns talentos, mas que pagou um preço alto pela derrota para a Ucrânia na estreia. Hoje, contra uma equipe forte, fez um duelo de igual para igual. Mas já era tarde.
Eurocopa 2012 - Grupo D - 2ª rodada
15/junho/2012
SUÉCIA 2 x INGLATERRA 3
Local: Olímpico, Kiev (UCR)
Árbitro: Damir Skomina (EVN)
Público: 64.640
Gols: Carroll 22 do 1º; Johnson (contra) 3, Mellberg 13, Walcott 18 e Welbeck 32 do 2º
Cartão amarelo: Jonas Olsson, Mellberg, Svensson e Milner
SUÉCIA: Isaksson (6), Granqvist (5) (Lustig, 21 do 2º - 5), Mellberg (7), Jonas Olsson (5,5) e Martin Olson (6,5); Svensson (6), Kallstrom (6,5), Larsson (6) e Elm (5,5) (Wilhelmsson, 36 do 2º - sem nota); Ibrahimovic (6) e Elmander (6) (Rosenberg, 34 do 2º - sem nota). Técnico: Erik Hamren
INGLATERRA: Hart (6,5), Johnson (4,5), Terry (6,5), Lescott (5,5) e Ashley Cole (5); Parker (6), Gerrard (7,5), Milner (5) (Walcott, 16 do 2º - 8) e Young (5,5); Welbeck (7) (Chamberlain, 45 do 2º - sem nota) e Carroll (7). Técnico: Roy Hodgson
Comentários
Pior que, quando a Suécia virou, comecei realmente a torcer por eles. Pra variar, dei azar.
E o gol do Welbeck foi, de fato, incrível. Será que ele realmente quis fazer aquilo?
Inglaterra está crescendo bastante. Não colocaria como candidata ao título AINDA, mas já sinais claros de que está dando liga. Pode incomodar bastante.
E pior que eu acho que o gol do Welbeck foi uma solução intencional...
Inglaterra vai bem, mas está atrás de Alemanha, Espanha e França. Mas pode incomodar. No texto de apresentação das seleções, eu lembrei que a última vez que os ingleses chegaram sob desconfiança a um torneio foi na Copa de 1990, onde foram muito bem, chegando na semifinal. Estão no caminho de repetir o feito agora nesta Euro.
E concordo com o Vine quanto ao gol do Caroll, ao contrário daquela máxima do 'cabeceou certo, em direção ao chão'. Jardel cabeceava em direção ao gol - talvez, por isso, marcasse tantos gols
E concordo com o Vine quanto ao gol do Caroll, ao contrário daquela máxima do 'cabeceou certo, em direção ao chão'. Jardel cabeceava em direção ao gol - talvez, por isso, marcasse tantos gols