O Benfica merecia mais
O Benfica parecia jogar em casa. Sem se assustar com o campo inglês, tomou as rédeas da partida desde o início. Sua torcida, que devia ter pouco mais de 2 mil fanáticos, cantava muito mais alto que a dos donos da casa, em número cerca de 20 vezes maior. É verdade que, nos minutos iniciais, o controle era apenas territorial, e quem levava mais perigo eram os ingleses.
O Chelsea abriu o placar num pênalti extremamente discutível, mais uma coincidência com o jogo do Camp Nou. Mas o Benfica não desanimou. Aimar, 32 anos, mostrou porque o Grêmio e outros clubes brasileiros se interessam por seu futebol a cada janela: comandou a criação dos lusitanos com extrema inteligência e visão de jogo. Ao lado de Bruno César, dava arremates perigosos ao gol de Cech. Cardozo era outro jogador de habilidade que incomodava. O Benfica, porém, raramente invadiu a área do Chelsea. A marcação inglesa neutralizava bem os portugueses neste sentido.
A expulsão de Maxi Pereira foi dada por muitos como o fim do confronto. O Benfica perdia ali seu capitão e uma arma importante no apoio pela direita. Mas as águias não se abalaram. O segundo tempo teve ainda mais intensidade do time visitante. Eram 10 jogos que se multiplicavam, faziam de tudo para empatar, e ainda depois ter que correr atrás de mais um para se classificar. O Chelsea teve suas chances. Kalou, por exemplo, perdeu algumas, até de frente para o goleiro.
O empate benfiquista veio na bola parada, com Javi García, aos 39. Merecidíssimo, e ainda dava tempo para a virada heroica. Como era tudo ou nada, o Benfica seguiu fazendo o que estava executando desde que levara o 1 a 0: ia com tudo para cima, arriscava sua pele com um homem a menos, para ao menos não dizer que não buscou a felicidade. Quando a pressão era mais intensa, veio o contra-ataque fatal puxado e concluído por Raul Meireles, ex-Porto: 2 a 1. Chelsea classificadíssimo.
O Chelsea tende a ser um rival menos duro para o Barcelona do que foi o Milan. Apesar disso, este confronto tem história recente de equilíbrio na Liga dos Campeões. O Real Madrid, que fez 5 a 2 no bravíssimo Apoel, terá mais dificuldades que o rival: pega o Bayern München, outro que o andou eliminando em dias não tão distantes. Agora, só ficou bicho grande na Champions. São cinco jogos para conhecermos o campeão europeu da temporada. E que cinco jogos, amigos!
Em tempo:
- Fernando Torres já foi um grande centroavante. O considerei o melhor do mundo ali por 2006 ou 2007. Hoje, seria tranquilamente reserva de André Lima ou Jô.
CHELSEA (2): Cech; Ivanovic, David Luiz, Terry (Cahill) e Ashley Cole; Mikel, Ramires e Lampard; Mata (Raul Meireles), Torres (Drogba) e Kalou.
Técnico: Roberto di Matteo
BENFICA (1): Artur; Maxi Pereira, Émerson, Javi García e Capdevila; Witsel, Matic, Bruno César (Rodrigo), Aimar e Gaitán (Djaló); Cardozo (Nélson Oliveira).
Técnico: Jorge Jesus
Liga dos Campeões da UEFA 2011/12 - Quartas de Final - Jogo de volta
Local: Stamford Bridge, Londres (Inglaterra); Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia); Público: 37.624; Gols: Lampard (pênalti) 20 do 1º; Javi García 39 e Raul Meireles 46 do 2º; Cartão amarelo: Ivanovic, Mikel, Ramires, Aimar, Bruno César e Cardozo; Expulsão: Maxi Pereira
PRÓXIMOS JOGOS
Chelsea x Wigan - Inglês - sábado, 07/04, 11h - Stamford Bridge, Londres (Inglaterra)
Sporting x Benfica - Português - segunda-feira, 09/04, 16h15 - José Alvalade, Lisboa (Portugal)
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