Último recado antes do castigo

Este jogo contra o Caxias, desde já histórico por toda sua dramaticidade, pode ser o mais importante para o Grêmio em sua temporada de 2011. Não, não me enganei. Tampouco quero dizer que o título da I Taça Piratini, por seu "ineditismo", seja o equivalente a uma partida decisiva de Libertadores. Mas é por todo o significado que esta partida carrega e, principalmente, por tudo o que Renato precisa corrigir no time que este 2 a 2 sofridíssimo, seguido de uma vitória nos pênaltis sobre o bravíssimo time de Lisca, poderá influir diretamente na temporada gremista.

O primeiro aspecto do jogo é salientarmos o adversário. Normalmente, quando a Dupla perde para equipes do interior, ainda mais em casa, o normal é só vermos defeitos nos grandes da Capital. Neste caso de hoje, além dos problemas do Grêmio, é mais que necessário compreender que o Caxias jogou um extraordinário primeiro tempo, e foi quase heroico no segundo. Quase porque recuou demais, abdicou do jogo em favor da cera, causou com isso um tempo de acréscimo imenso, mas correto, e aí perdeu o jogo. Levar o gol de empate aos 50 minutos do segundo tempo é quase uma derrota antecipada na decisão por pênaltis.

A postura grená no começo foi impressionante. Marcou o Grêmio de cima, ganhava todos os rebotes, forçava o erro do time da casa. Só o Caxias jogou em boa parte do primeiro tempo. Renato ameaçou mexer no time antes dos 10 minutos de jogo, um indicador bem significativo da pane a que foi submetido o time da Azenha. Quando o Tricolor já ameaçava equilibrar na base de suas melhores individualidades, veio o gol de Itaqui. Nervosismo, erros de passe, vaias.

A saída de Carlos Alberto, a segunda em um primeiro tempo em menos de 20 dias, sinaliza a primeira lição que Renato deve tomar de uma vez por todas: ele não é, nunca foi nem será Lúcio. Jamais poderá compor uma linha de meio-campo mais recuado, fazendo o trabalho dinâmico que realiza o camisa 11 quando entra. Carlos Alberto está perdido no Grêmio, por culpa de Renato. Não sabe marcar, é lento para partir de trás, chega pouco ao ataque. Por enquanto, é um excelente reserva para Douglas. No máximo, pode jogar ao lado ou à frente dele quando em cancha. A ideia de que ele será Lúcio precisa ser arquivada.

O 2 a 0, com o interessante Gerley fuzilando Victor, mostravam a superioridade serrana em campo. Atônito, o Grêmio era incapaz de parar Everton, que tabelou com o lateral no segundo gol e criou transtornos o jogo todo. Já era um lance derivado do fato de o time ter se jogado à frente e deixado espaço para o contra-ataque. O gol de Willian Magrão, no entanto, foi quase tão decisivo quanto o de Rafael Marques: evitou um intervalo de muitas vaias e reacendeu as esperanças. Contra Liverpool, Oriente Petrolero e León, o Grêmio também saiu do sufoco com gols no fim da etapa inicial. Um bom hábito.

A etapa final foi de intensa pressão, com situações de gol a todo tempo sendo criadas. Não era apenas abafa. Gabriel apareceu mais, André Lima e Rodolfo demonstraram uma raça impressionante, muito mais do que a bola que jogaram. A entrada de Bruno Collaço, que mais uma vez melhorou o time no primeiro tempo, potencializou-se com a volta de Lúcio ao time. E aí vem outro erro que Renato precisa corrigir: Gílson não se justifica na lateral-esquerda. Vem jogando muito mal e, neste caso, há um substituto que vem em momento muito superior. Collaço marca melhor, apoia bem, compõe o meio, combina com Lúcio com precisão.

O gol de empate veio nos momentos derradeiros. A pressão era mesmo insuportável. Antes que o Caxias reclame dos seis (e depois oito) minutos de acréscimo de Márcio Chagas da Silva, é preciso considerar que houve muita cera. Cera exagerada, que causaram acréscimo exagerado. Ela cobrou seu preço. Um castigo duro a uma equipe tão digna quanto o Pelotas da final da Taça Fábio Koff do ano passado - também vencia o Inter por 2 a 0 e ficou com o vice.

Na decisão por pênaltis, brilhou a estrela de Victor, o melhor goleiro em atividade há algum tempo no Brasil. O Grêmio evita um fiasco, garante participação na decisão e tranquilidade para jogar a primeira fase da Libertadores. Ao mesmo tempo, garante o entusiasmo de sua torcida, que tem todo o direito de gritar pela imortalidade, embora ela não deva, de maneira alguma, acobertar as arestas que precisam urgentemente ser aparadas. Por tudo isso, pode ter sido o jogo mais importante do Grêmio este ano: pela tranquilidade na Libertadores, pela final garantida, pelo fato de a torcida estar agora plenamente ao lado do time por conta desta recuperação e principalmente, se Renato souber enxergar, pela correção de erros que há tempos incomodam. Felizmente, não foi preciso perder a Taça Piratini para que eles viessem à tona.

Em tempo:
- Baixo público no Olímpico para uma decisão.

Campeonato Gaúcho 2011 - Taça Piratini - Final
9/março/2011
GRÊMIO 2 x CAXIAS 2
Decisão por pênaltis: Grêmio 4 x Caxias 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva
Público: 23.465
Renda: R$ 633.833,00
Gols: Itaqui 19, Gerley 39 e Willian Magrão 43 do 1º; Rafael Marques 50 do 2º
Cartão amarelo: Willian Magrão, Rodolfo, Douglas, André Lima, Fábio Rochemback, Edenílson, Alisson, Marcos Rogério, Edson Rocha, Everton, André Sangalli e Itaqui
Expulsão: Rodolfo e Marcelo Ramos 47 e André Lima 51 do 2º
GRÊMIO: Victor (7,5), Gabriel (5,5), Rafael Marques (6), Rodolfo (5,5) e Gílson (4) (Lúcio, 16 do 2º - 7); Fábio Rochemback (7), Willian Magrão (5,5), Carlos Alberto (4) (Bruno Collaço, 26 do 1º - 6) e Douglas (5,5); Borges (5,5) e André Lima (5,5) (Diego Clementino, 29 do 2º - 4,5). Técnico: Renato Portaluppi (5)
Cobranças: Borges (gol), Douglas (gol), Fábio Rochemback (gol) e Lúcio (gol)
CAXIAS: André Sangalli (6,5), Alisson (5,5), Edson Rocha (6) (Neto, 22 do 2º - 6), Marcelo Ramos (6,5) e Gerley (7); Edenílson (6,5), Marcos Rogério (6), Dê (6,5) e Itaqui (6,5) (Diogo, 24 do 2º - 5); Everton (7,5) e Lima (4,5) (Pedro Henrique, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Lisca (7)
Cobranças: Dê (defendido), Diogo (defendido) e Everton (gol)

Comentários

lf disse…
a famosa prorrogação de 13 minutos virou passado perto disso.
Lourenço disse…
Não se pode tirar o mérito do Grêmio, melhor equipe ao longo do Gauchão até este momento, nem o fato de o Caxias realmente ter exagerado na cera, mas nunca tinha visto 8 minutos de acréscimo. Tudo bem que o "se" não entra em campo, mas duvido que o Márcio Chagas daria esse desconto contra a dupla grenal, ou até mesmo em algum estádio do interior. Quanto ao jogo, Everton é o Ribery da Serra, sem mais.

Renato está matando Carlos Alberto e, mais preocupante, parece que não é de propósito.

Foi um dos jogos marcantes dos últimos tempos no Olímpico, memorável pela reviravolta, pode ser realmente importante na caminhada que o Grêmio planeja. No entanto, concordo contigo, é jogo para ver muito mais erros do que acertos propriamente ditos.
Igor Natusch disse…
Vão me chamar de gremista desvairado, mas na boa, não dá para condenar um árbitro que acerta a partir da suposição de que erraria em outras circunstâncias. O Caxias praticamente elevou a cera técnica a um novo patamar - só Sangalli jogou-se ao solo QUATRO vezes no segundo tempo. TODOS os jogadores do Caxias que foram substituídos saíram na maca ou depois da entrada de socorro dentro de campo. Se é verdade que oito minutos de acréscimo é algo bem pouco usual, a catimba caxiense também não é do tipo que se vê todo dia por aí. Aliás, se é para partimos para o SUPOSITÓRIO (abraço, Chespirito), se o Caxias tivesse retido um pouco mais a bola ao invés de jogar-se ao campo em cada dividida, talvez tivesse conseguido segurar o placar.

No mais, leitura CRISTALINA a do Vicente. Não dá para deixar barato todos os erros de escalação do time. Renato não está mal, mas está sendo teimoso em coisas que já se viu que não dão certo. É hora de ter autocrítica e rever esses conceitos.
felipesfranke disse…
Quero ver o Barça segurar esse Grêmio.
Vicente Fonseca disse…
Desvairado não, Igor. GALOPANTE.

RIBERY DA SERRA.
Igor Natusch disse…
Só uma pequena discordância, professor. Para mim, Dê foi o melhor jogador do Caxias em campo. Todas as bolas passavam por ele, e talvez a sua contribuição na marcação tenha sido mais discreta, mas foi muito importante também, já que ele fazia o primeiro combate aos zagueiros gremistas. OK, errou o primeiro pênalti, mas acho que podia levar pelo menos meio ponto percentual a mais.
Igor Natusch disse…
Peço licença para informar em primeira mão o resultado da partida recém-encerrada, válida pelo Football Manager 2010 de Igor Natusch:

UEFA CHAMPIONS LEAGUE - 2006/2007
Group Stage - 4th round
Camp Nou, Barcelona, Spain
BARCELONA 0 X 1 PETROLUL PLOIESTI
Goal: Kehinde Fatai (17')

Raposa Amarela > Arsenal
Adeus.
Vicente Fonseca disse…
Para mim, ele só não foi melhor que o Everton. Jogou demais mesmo, mas baixei 1 ponto pelo erro no pênalti - geralmente é o critério que utilizo nestes casos, bem como a boa nota do Victor se deve a este fato.

Mas eu não deveria estar discutindo com um cara que tem a hombridade de jogar com a Raposa Amarela no FM. E que classifica ela para a Champions League.
André Kruse disse…
O mesmo Márcio Chagas deu 10 minutos no jogo do Juventude x São José, no Alfredo Jaconi

http://wp.clicrbs.com.br/cajunarede/2011/02/19/acompanhe-a-partida-juventude-x-sao-jose-em-tempo-real/?topo=87,1,1,,,87

Quem lembrou desse jogo foi o LISCA na coletiva. Engraçado que a imprensa pouco falou disso.
Chico disse…
Imortal só existe um! Dá-le GRÊMIO!
Chico disse…
As uvas caídas do caxias foram pisoteadas!
Chico disse…
"Vou torcer pro GRÊMIO bebendo vinho..."
Sancho disse…
O Lisca saiu do Caxias!
Vicente Fonseca disse…
Vi isso, cheguei a comentar no Twitter. Pena.
Zezinho disse…
Bueno, Professor, cá estou eu, após duas aulas de Geologia Histórica e três de Enriquecimento de Urânio - sofrendo de dor de barriga, barbaridade! - para dar aquela cornetada.

Confesso que a corneta seria mais sonora se fosse feita no intervalo do prélio. Li vários textos sobre o jogo, e como tu disseste, o do Mauro Beting se sobressaiu aos demais - Ceconello não entra na lista, e se eu elogiar mais o pessoal aqui, suas senhoras duvidarão das nossas virilidades heterossexuais.

Pois bem, o primeiro tempo do Grêmio foi pornográfico. Ao passo que o Caxias deu uma saranda em pleno Olímpico. Foi um senhor nó tático de Lisca, com bom toque de bola, sem medo de ser feliz e atacando o Grêmio.

Há um buraco na meia-cancha do Grêmio nesse ano. Com Adílson, há um talude que evita o desmoronamento; sem ele, um vácuo se cria no primeiro combate. Os zagueiros ficam expostos de maneira absurda. Ele foi bem ontem, sei que o senhor gosta, mas William Magrão - na minha humilde opinião - não é o titular do Grêmio. Se é verdade que ele dá mais volúpia à meia-cancha, erra passes mais comprometedores que o Adílson, justamente por serem na transição entre o meio e o ataque.

Podem dizer que foi uma atitude populista, que jogou pra torcida - o que não deixa de ser verdade -, mas gostei muito do Renato mandando o banco todo pro aquecimento com 10 minutos de jogo. Um time rodado não pode demonstrar tanto nervosismo numa decisão jogada em casa!

*Segunda vez que Carlos Alberto é sacado ainda no primeiro tempo. Escalação errada? Jogador mal em campo? Falta de convicção do treinador em seu esquema? Situações diferentes, mas vejo Renato refém de seu esquema;

*Gabriel chega fácil à linha de fundo, mas pouco cruza. E sua cobertura tem sido falha;

*Rafael Marques não tem o folclore de Paulão, o apadrinhamento de Vilson, a grife de Rodolfo, o apoio orgasmático da imprensa a Mario Fernandes, mas soube aceitar a reserva, trabalhar e corresponder em campo, mesmo com descrição. Abriu e encerrou os trabalhos na Taça Piratini;

*Gilson não é tão ruim como querem fazer parecer, mas Bruno Collaço merece ser titular;

*Rochemback é o articulador do Grêmio em 2011 e disparado melhor jogador. O que não é de todo modo algo positivo;

*Fernando pode ser a aposta para a posição de segundo homem;

*Douglas tem errado passes em demasia. Ontem, foi quase uma nulidade. Como pode um camisa 10 errar tanto? E não são passes difíceis;

*André Lima ou Borges. Os dois, não. Prefiro André Lima. Sem ele, o Grêmio perde em vitória pessoal;

*Precisamos de um segundo atacante que coloque medo no adversário, que vá pra dentro da zaga.

VICTOR, ONDE TU TAVA EM 28 DE NOVEMBRO DE 1995?! POR TODA MINHA INFÂNCIA, DESEJEI UM GOLEIRO QUE PEGASSE PÊNALTIS!

O Rio Grande precisa poupar energia. Desliguem os secadores
Vicente Fonseca disse…
Gosto do Willian Magrão, mas não acho que ele deva ser o titular (Adilson está há tempos mais consistente que ele). E acho que ele "só" fez o gol. De resto, foi nulo.

Concordo sobre o Renato estar refém do esquema. Na verdade, é ótimo encontrar um sistema que funcione tão bem. Porém, inventar jogadores que não tem o cacoete para realizar determinadas funções NUNCA dá certo. Menos mal que o Lúcio está voltando. Espero que o Carlos Alberto fique no banco, pelo bem dele próprio. Jogando recuado, já está se queimando.
Zezinho disse…
Professor, como disse meu pai (maior conhecedor de futebol que conheço entre os reles mortais), o Cazalbé, no Grêmio, é um peladeiro.

Não guarda posição, tenta resolver sozinho, e quando parte pra jogada individual, perde a bola ou cava a falta.

Concordo contigo, reserva do Douglas - se bem que se não fosse numeração fixa, eu diria: 'Dá a 10 pro Roca!'
Vicente Fonseca disse…
Concordo que o Rochemback tem sido um articulador competente. Mas eu não o tiraria da primeira função por nada. Para mim, é o único "imexível" do meio para a frente. Marca demais, protege bem os laterais e a zaga e ainda conta com o fator surpresa (gol contra o Liverpool, do Vinícius Pacheco Pacheco, com aquela arrancada, é a prova).

Carlos Alberto precisa ter a liberdade para ser "peladeiro". Ter peladeiro na segunda linha do meio-campo não dá. E me preocupo quando Renato fala em "reeducação tática" pro Carlos Alberto. É sinal de que ele pretende insistir nele jogando mais atrás.
Vicente Fonseca disse…
Tira um dos Pachecos do Vinícius e meu comentário acima fica ok.
Sancho disse…
Carlos Alberto é atacante. O único jogador que ele deveria marcar é o lateral-esquerdo adversário (até esse chegar na meia-cancha).

Nenhum treinador pode ser refém de esquema. Tem que armar o time com jogadores que tem e, de certa forma, adaptá-los ao adversário.
Igor Natusch disse…
O meu Grêmio 2011 jogaria em 4-2-3-1. Um volante como bengala ao lado do Rochemback - Adílson seria uma boa, embora eu ache o Magrão um jogador bem útil e Fernando mereça chances. Douglas centralizado, Escudero e Carlos Alberto ou Lúcio abrindo mais nas pontas. Borges OU André Lima na frente.

Renato tem muitos méritos, mas precisa enxergar que o 4-4-2 em losango (que foi 4-2-2-2 em alguns momentos ontem) não funciona com as peças que o Grêmio dispõe no momento. As evidências são muitas. Do mesmo modo que ele lê bem a partida e geralmente muda certo, é fundamental que ele leia bem o ELETROCARDIOGRAMA do time e entenda que o time está sofrendo de ARRITMIA CARDÍACA, para dizer o mínimo.
Vicente Fonseca disse…
Meu time também é no 4-2-3-1. Pode ser 4-4-2. Depende se Escudero ou Carlos Alberto seriam meias ou atacantes. Com tantos bons meias e tão poucos bons atacantes no elenco, é o melhor modo de escalar o time hoje.

Eu manteria o André Lima na frente, mas esta lesão o tirará de cena por um tempo, e o Borges se garante. Acho que pode até ajeitar o time. Não me agradam os dois juntos, embora estejam fazendo gols. Acho que se aproveitaria melhor os meias e os atacantes abrindo mão de um deles.

Em 2011, só vi um jogo realmente bom do Grêmio: 5 a 0 no Ypiranga. Em todos os outros, vi a atuação com ressalvas. Nenhum escapa.
Mário disse…
André Lima 40 dias fora. Talvez seja a oportunidade pro Renato ajeitar o time. Pra mim, ontem ficou claro que com 2 centroavantes não dá. "Deus é justo", diria Altemir Haussman.

No mais, não ouvi comentários acerca da ausência do Vinicius Pacheco até do banco ontem. Até o LINS tava lá...
Vicente Fonseca disse…
Também achei estranha essa ausência do Vinícius Pacheco do banco. Acho que ele e diversos jogadores terão a Taça Farroupilha para poderem jogar mais vezes e vermos até que ponto podem ser úteis num futuro próximo.
Prestes disse…
Tem que botar o Fernando a jogar, o momento é agora! Não dá é pra querer colocar o guri faltando quinze minutos para ser eliminado do mundial (abrazo, Roth).

Tem que aproveitar o início do ano para firmar os guris, taí o Oscar agora.