Muita festa e pouca bola
Se há um adjetivo que cabe a esta classificação às semifinais, com certeza não é "fácil". O Grêmio apresentou diversos problemas hoje, principalmente técnicos. O Caracas raramente ameaçava de fato, mas o placar em branco deixou a noite tensa o tempo inteiro no Olímpico. Fica razoavelmente claro que as dificuldades para eliminar os venezuelanos vieram mais por conta de problemas tricolores que propriamente méritos de seu adversário.
O Grêmio jogou pouco, apenas o suficiente para chegar à sua sétima semifinal de Libertadores. Foram dois períodos de claro domínio, em que só o tricolor jogava: o começo do primeiro tempo e a primeira metade do segundo. Os primeiros 15 minutos foram ótimos, atacando muito seu rival, que se defendia com imensa qualidade. A zaga caraquenha foi soberana por cima e o goleiro Vega é firme e sai muito bem do gol, compensando a baixa estatura para a posição. O sistema defensivo dos gaúchos teve solidez, o que é bom. Raramente a jogada evoluía a ponto de Figueroa, Rentería ou Castellín dominarem a bola na área. O problema foi do meio para a frente.
A saída de bola da defesa para o ataque foi invariavelmente lenta. Em algumas poucas escapadas de Ruy no segundo tempo ou outras iniciativas pessoais de Herrera e Maxi López se viam exceções. De resto, Túlio e Adílson desarmavam e davam a Tcheco, que não conseguiu nunca dar a velocidade ao time que costuma. Souza, apagadíssimo no primeiro tempo, até se apresentou e melhorou a articulação no segundo, mas nunca a ponto de jogar bem. Contra um adversário fechado, o Grêmio não procurava agredir com a velocidade habitual, e o placar indicava que isto não era mesmo necessário. O Caracas, por sua vez, só ameaçava em bolas aéreas, e normalmente nelas a zaga tricolor tirava. O levantamento vinha de qualquer lugar, seja do lado da área ou da linha divisória do gramado.
Com Souza um pouco mais ligado e Herrera no lugar do esforçado, porém insuficiente Alex Mineiro, o Grêmio ganhou em força nas chegadas à frente, teve muito mais posse de bola no campo de ataque, mas o pecado das conclusões erradas é que era o problema. Tivesse uma ou duas delas entrado, tudo seria mais tranquilo. Mas o gol não saía, e começou a chegar um ponto do jogo onde segurar a vantagem pelo placar em branco valia tanto à pena quanto tentar vencer. Foi aí que o Caracas quase consumou a tragédia: num levantamento, a linha burra foi mal feita e os venezuelanos foram impedidos de marcar por um carrinho heroico de Réver; outra, aos 39, foi num escanteio desviado no primeiro pau em que Barone e Castellín se atrapalharam e não fizeram o gol feito.
Na Libertadores, cada fase é uma fase. O Grêmio passou fácil pelo San Martín, mas eliminou o Caracas apenas no saldo qualificado. Mas passou, isso é o que importa. Agora, chega a hora da verdade. Por mais que o time da Venezuela tenha se mostrado um time respeitável, é contra São Paulo ou Cruzeiro que o tricolor dará ou não o grande salto rumo ao tricampeonato da América. Faltam quatro jogos, dez já se passaram.
Em tempo:
- Muito bom público no Olímpico, e participativo como há muito não se via. Lembrou o caldeirão dos velhos tempos, e não o mal humorado gigante de concreto dos tempos rothianos.
- Amanhã no início da tarde, post sobre Corinthians x Inter e, principalmente, Nacional x Palmeiras, partida que pude acompanhar inteira no bar das sociais do Monumental. Quem quiser ir comentando a respeito das partidas, já o faça aqui, por favor.
Taça Libertadores da América 2009 - Quartas-de-final - Jogo de volta
17/junho/2009
GRÊMIO 0 x CARACAS 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Público: 40.127
Renda: R$ 821.862,00
Cartão amarelo: Maxi López, Souza, Rentería, Figueroa, Gómez e Castellín
GRÊMIO: Marcelo Grohe (6), Ruy (5,5), Léo (6), Réver (6) e Fábio Santos (5,5); Adílson (6,5), Túlio (5,5), Tcheco (5) e Souza (5); Alex Mineiro (4,5) (Herrera, 12 do 2º - 6) e Maxi López (6). Técnico: Paulo Autuori (5)
CARACAS: Vega (6,5), Romero (5,5), Barone (6), Rey (6) e Cichero (6); Vera (6), Lucena (5,5), Gómez (5) (Prieto, 31 do 2º - 5) e Figueroa (5,5) (Guerra, 22 do 2º - 5,5); Rentería (5) (Valoyes, 10 do 2º - 5,5) e Castellín (4,5). Técnico: Noel Sanvicente (5,5)
Foto: Alex Mineiro jogou pouco de novo (José Doval/Grêmio)
O Grêmio jogou pouco, apenas o suficiente para chegar à sua sétima semifinal de Libertadores. Foram dois períodos de claro domínio, em que só o tricolor jogava: o começo do primeiro tempo e a primeira metade do segundo. Os primeiros 15 minutos foram ótimos, atacando muito seu rival, que se defendia com imensa qualidade. A zaga caraquenha foi soberana por cima e o goleiro Vega é firme e sai muito bem do gol, compensando a baixa estatura para a posição. O sistema defensivo dos gaúchos teve solidez, o que é bom. Raramente a jogada evoluía a ponto de Figueroa, Rentería ou Castellín dominarem a bola na área. O problema foi do meio para a frente.
A saída de bola da defesa para o ataque foi invariavelmente lenta. Em algumas poucas escapadas de Ruy no segundo tempo ou outras iniciativas pessoais de Herrera e Maxi López se viam exceções. De resto, Túlio e Adílson desarmavam e davam a Tcheco, que não conseguiu nunca dar a velocidade ao time que costuma. Souza, apagadíssimo no primeiro tempo, até se apresentou e melhorou a articulação no segundo, mas nunca a ponto de jogar bem. Contra um adversário fechado, o Grêmio não procurava agredir com a velocidade habitual, e o placar indicava que isto não era mesmo necessário. O Caracas, por sua vez, só ameaçava em bolas aéreas, e normalmente nelas a zaga tricolor tirava. O levantamento vinha de qualquer lugar, seja do lado da área ou da linha divisória do gramado.
Com Souza um pouco mais ligado e Herrera no lugar do esforçado, porém insuficiente Alex Mineiro, o Grêmio ganhou em força nas chegadas à frente, teve muito mais posse de bola no campo de ataque, mas o pecado das conclusões erradas é que era o problema. Tivesse uma ou duas delas entrado, tudo seria mais tranquilo. Mas o gol não saía, e começou a chegar um ponto do jogo onde segurar a vantagem pelo placar em branco valia tanto à pena quanto tentar vencer. Foi aí que o Caracas quase consumou a tragédia: num levantamento, a linha burra foi mal feita e os venezuelanos foram impedidos de marcar por um carrinho heroico de Réver; outra, aos 39, foi num escanteio desviado no primeiro pau em que Barone e Castellín se atrapalharam e não fizeram o gol feito.
Na Libertadores, cada fase é uma fase. O Grêmio passou fácil pelo San Martín, mas eliminou o Caracas apenas no saldo qualificado. Mas passou, isso é o que importa. Agora, chega a hora da verdade. Por mais que o time da Venezuela tenha se mostrado um time respeitável, é contra São Paulo ou Cruzeiro que o tricolor dará ou não o grande salto rumo ao tricampeonato da América. Faltam quatro jogos, dez já se passaram.
Em tempo:
- Muito bom público no Olímpico, e participativo como há muito não se via. Lembrou o caldeirão dos velhos tempos, e não o mal humorado gigante de concreto dos tempos rothianos.
- Amanhã no início da tarde, post sobre Corinthians x Inter e, principalmente, Nacional x Palmeiras, partida que pude acompanhar inteira no bar das sociais do Monumental. Quem quiser ir comentando a respeito das partidas, já o faça aqui, por favor.
Taça Libertadores da América 2009 - Quartas-de-final - Jogo de volta
17/junho/2009
GRÊMIO 0 x CARACAS 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Público: 40.127
Renda: R$ 821.862,00
Cartão amarelo: Maxi López, Souza, Rentería, Figueroa, Gómez e Castellín
GRÊMIO: Marcelo Grohe (6), Ruy (5,5), Léo (6), Réver (6) e Fábio Santos (5,5); Adílson (6,5), Túlio (5,5), Tcheco (5) e Souza (5); Alex Mineiro (4,5) (Herrera, 12 do 2º - 6) e Maxi López (6). Técnico: Paulo Autuori (5)
CARACAS: Vega (6,5), Romero (5,5), Barone (6), Rey (6) e Cichero (6); Vera (6), Lucena (5,5), Gómez (5) (Prieto, 31 do 2º - 5) e Figueroa (5,5) (Guerra, 22 do 2º - 5,5); Rentería (5) (Valoyes, 10 do 2º - 5,5) e Castellín (4,5). Técnico: Noel Sanvicente (5,5)
Foto: Alex Mineiro jogou pouco de novo (José Doval/Grêmio)
Comentários
Pelo menos, Ronaldo fez a FEEST ontem.
Caracas é sabedor das suas limitaçoes, isto sempre complica.
Discordo quanto ao público. Me pareceu que tinha muita gente preocupada com a copa do brasil.
A TV do bar da geral não tava funcionando.
No mais, Grêmio copero.
Acho que a vitória do Corinthians turbinou a animação, sem dúvida, mas houve apoio sempre, nas horas mais difíceis, e barulho como há muito eu não via no Olímpico.
Maravilhoso poder ver o jogo do Palmeiras na TV. Mata bem aquelas duas horas chatas de espera entre entrar no estádio e começar o jogo.
consciência de classe é o primeiro passo pra revolução...
sfghsldkfjghslçarg
Muito difícil para o Inter.
Adilson foi realmente o melhor nome gremista no jogo. Gostei do Ruy, participativo, demonstrando entrega e com boas aparições na frente. Fábio Santos também fez partida bem razoável, diga-se. Tcheco, na minha visão, jogou bem no primeiro tempo, tendo passado pelos pés dele as melhores oportunidades nossas no primeiro tempo, mas infelizmente desapareceu na segunda etapa. Alex Mineiro mal, Souza disperso e Máxi em jornada meio apagada, muito raçudo mas sem nenhum brilhantismo. No geral, fomos superiores, mas faltou tranquilidade e um pouco de gana de vencer, digamos assim. Acho que a entrevista do Autuori, aliás, resumiu bem o jogo: o Grêmio ficou dividido entre a vontade de vencer e a necessidade de não levar gols, e isso travou o nosso futebol.
Foi feio, sofrido, complicado, com o regulamento debaixo do braço, mas nada disso importa. O que interessa é que só faltam 4 jogos agora. O Tri está perto, amigos(as). VamoGrêmioaguantecarajo!!!!!
Achei o Tcheco mal ontem. Errou alguns passes bobos e não deu rapidez às transições da defesa para o ataque.
O Grêmio foi realmente um pouco superior, o que diante do Caracas não é muito, diga-se. O que deixa a pulga atrás da orelha é o companheiro do Maxi na frente. Ontem, Herrera provou estar em muito melhor momento que Alex Mineiro, que está numa fase inexplicável.
- Autuori, põe o Diego! E deu!
Tive que segurar as gargalhadas.